O fundador da techtools health, Jeff Plentz, participou, nesta terça-feira (13/12), da audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados para debater a adoção do prontuário eletrônico e a transformação digital na saúde.
Na ocasião, Plentz defendeu a importância do empoderamento do paciente, com a centralização de informações em um histórico clínico digital único que tenha a mesma relevância de um documento de identificação. Destacou, ainda, a necessidade de interoperabilidade ampla, padrões abertos, segurança dos dados e vinculação das informações aos sistemas existentes.
“Hoje o monitoramento de informações de gestão de saúde, para que se tenha um entendimento de quais são os vazios assistenciais e o perfil epidemiológico da população, requer que nós, em um esforço privado, tenhamos que integrar informações de mais de 40 sistemas públicos diferentes. Isso mostra uma falta de orquestração enorme em torno do maior beneficiário da saúde: o paciente. Quando o paciente precisa dessa informação, ela já percorreu tantas bases que dificilmente é confiável”, afirmou.
De acordo com o executivo, os diversos padrões existentes para a troca de informações criam uma via de possibilidades para o uso desses dados entre as instituições públicas e privadas, o paciente e o corpo clínico.
“Quando falamos com os setores público e privado com relação a cadastros, por exemplo, vemos que profissionais da saúde, gestores e administradores passam um tempo relevante da sua atividade profissional replicando e preenchendo informações que poderiam facilmente ser interoperáveis e disponibilizadas, desde que se trabalhe com mecanismos seguros de identificação”, ressaltou, citando a biometria.
Para a deputada Adriana Ventura (Novo/SP), uma das autoras do requerimento para a realização do encontro, o prontuário eletrônico único resultará no avanço da informatização dos serviços de saúde e na criação de um modelo integrado que irá agilizar a gestão, a pesquisa e produzir uma resposta mais adequada aos pacientes.
Ventura é relatora do Projeto de Lei 3.814/2020, proposto pelo senador Confúcio Moura (MDB/RO), que a altera a Lei nº 8.080/1990 (Lei Orgânica da Saúde) e a Lei nº 13.787/2018, sobre a digitalização e a utilização de sistemas informatizados para a guarda, o armazenamento e o manuseio do prontuário do paciente, para obrigar o Sistema Único de Saúde (SUS) a manter uma plataforma digital com informações de saúde dos pacientes.
Além de Plentz, participaram da audiência pública os assessores técnicos do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Diogo Demarchi, e do Conselho Nacional de Secretarios de Saúde (Conass), Nereu Henrique Mansano; a pesquisadora da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Ilara Hammerli de Moraes; o advogado do Programa de Saúde do Instituto de Defesa do Direito do Consumidor, Matheus Falcão; a representante da Coalizão Direitos na Rede, Raquel Rachid; a presidente da Federassantas, Kátia Rocha; e o coordenador do Núcleo Especializado em Tecnologia da Informação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Vilson Cobello Junior, entre outros presentes.